Oncogenética e a Prevenção de Câncer: Especialistas Pedem Inclusão no SUS em 2025

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A Oncogenética pode ajudar a prevenir o câncer

Cerca de 10% dos casos de câncer têm como causa alterações genéticas, o que representa aproximadamente 50 mil casos anuais no Brasil. Esses casos, embora sejam minoria, podem ser amplamente prevenidos com intervenções de oncogenética, uma área da medicina focada na predisposição genética ao câncer. Especialistas que se reuniram no Instituto Nacional do Câncer (INCA), em evento realizado logo após o Dia Nacional de Combate ao Câncer, destacaram a importância de incluir essas intervenções no Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir mais equidade e acesso à prevenção.

Estratégias de Prevenção e Diagnóstico Precoce

Com a identificação de variantes genéticas patogênicas, a pessoa pode se beneficiar de estratégias de prevenção primária, evitando o desenvolvimento de tumores, ou de prevenção secundária, detectando o câncer ainda em estágio inicial e aumentando as chances de cura. Embora os testes genéticos e alguns tratamentos já sejam realizados pelos planos de saúde, ainda não fazem parte da rotina do SUS. Para Moreira, seria essencial incluir esses cuidados na saúde pública.

Câncer Hereditário: Mais do que uma Estatística

A diretora da Rede Brasileira de Câncer Hereditário (Rebrach), Patrícia Ashton-Prolla, explicou que, apesar da média de 10% de cânceres hereditários, alguns tipos têm uma taxa de ocorrência muito maior. Por exemplo, até 25% dos casos de câncer de ovário e 40% dos retinoblastomas são de origem genética. A detecção genética prévia permite a implementação de tratamentos específicos e o monitoramento de familiares em risco, sendo uma ferramenta crucial na prevenção.

A Falta de Inclusão no SUS

Patrícia ainda lembrou que, há dez anos, o teste genético foi incluído nos planos de saúde, mas o SUS ainda não oferece esse serviço de forma ampla. Os planos de saúde são obrigados a realizar testes em familiares e implementar exames periódicos de rastreamento, além de oferecer cirurgias redutoras de risco. No entanto, esses procedimentos não estão disponíveis no SUS, uma falha significativa na política pública de saúde.

Avanços no SUS: Olaparibe e Teste Genético

Em outubro, o Ministério da Saúde incluiu o medicamento Olaparibe no protocolo de tratamento para câncer de ovário e endométrio com origem genética, baseado em um teste genético para determinar quais pacientes devem usá-lo. No entanto, Patrícia Ashton-Prolla enfatiza que a testagem deve ser expandida para incluir mais genes e que, atualmente, apenas uma pequena parcela dos pacientes com doenças avançadas será beneficiada.

A Oncogenética pode ajudar a prevenir o câncer
A Oncogenética pode ajudar a prevenir o câncer

Embora o SUS tenha dado alguns passos no avanço da oncogenética, especialistas alertam para a necessidade de um esforço maior para incluir intervenções genéticas em todos os casos de câncer hereditário, garantindo mais equidade e acesso à prevenção e tratamento precoce para todos os pacientes. A Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer no SUS precisa se adaptar para identificar e cuidar adequadamente dos pacientes de alto risco genético.


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